* Enigmas do Bocejo





" Um bocejo é um grito silencioso"

Gilbert Keith Chesterton




Imagine um bocejo. Você alonga os maxilares, abrindo os lábios escancaradamente, toma fôlego profundo seguido por uma expiração mais curta e termina fechando a boca: ahhh... Você acaba de se juntar aos vertebrados do mundo inteiro num dos rituais mais antigos do reino animal.

Os mamíferos e a maioria dos outros vertebrados bocejam: peixes, tartarugas, crocodilos e pássaros. As pessoas começam a bocejar bem cedo - uma evidência de antigas origens. Também chamado de oscitação ou boquejo, o bocejo aparece no fim do primeiro trimestre do desenvolvimento humano pré-natal e é evidente em recém-nascidos.

Trata-se de tema de grande riqueza para interessados nos mecanismos neurais do comportamento, já que sua natureza simples e sem variação permite uma descrição rigorosa, primeiro passo para a investigação de mecanismos neurais. Essa aplicação do enfoque de "sistemas simples" diz respeito aos seres humanos que se ocupam de suas atividades normais; não há necessidade de usar bactérias, moscas-das-frutas ou nematóides nas pesquisas. Pode-se aprender muito experimentando em si mesmo e observando o colega Homo sapiens.

A esta altura, é possível que o leitor já sinta uma das propriedades mais incríveis do bocejo: seu contágio (ver "Reflexo revelador," Mente&Cérebro, edição 161). A simples leitura ou o pensamento sobre o bocejo pode ser o vetor de uma resposta contagiante. A propagação permite explorar as raízes neurológicas do comportamento social, compreender e estudar expressões faciais, empatia, imitação e a possível patologia dos processos no autismo, esquizofrenia e lesão cerebral.

por Robert R. Provine

* Ciclo da Vida





Segurou na minha mão
Trazendo-me proteção
Contra os males da vida
Forte me fez ficar
As trincheiras
Os caminhos
Mostrou-me como trilhar
Nos jogos da vida
As armadilhas driblar.

O tempo foi correndo
Acabei não entendendo
Porque tinhas que partir?
Segurou na mão de Deus
Nem de mim se despediu
Minha infância foi contigo
O meu coração... Amigo
Encarou tamanho castigo
Ecoando não se vá.

Sou aquele que implora
Por teu colo toda hora
Sonhando com o seu afagar.
Esse maldito tempo que não cansa!
Ao meu redor continua correndo
E acabo percebendo
Sou eu que estou morrendo
E meu filho a me adorar.

Por Dom Morais

Belém - PA -

Fonte: http://www.pucrs.br/mj/poema-pai-44.php